Na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, pacientes renais crônicos enfrentam falta de transporte adequado
Pacientes renais crônicos precisam realizar hemodiálise três vezes por semana, mas não têm acesso a transporte gratuito e adequado para chegar à clínica Renal Vida, localizada na Rua XV de Novembro, 1255, Centro.
Entramos em contato com a clínica Renal Vida e com a prefeitura de Blumenau, mas não obtivemos resposta até o momento.
As histórias se repetem: famílias sem carro, pacientes debilitados, cadeirantes, pessoas sem visão ou que perderam membros, convivendo com a dor física e emocional de depender de transporte por aplicativos — quando conseguem pagar. Em muitos casos, os custos ultrapassam R$ 800 por mês, comprometendo toda a renda familiar.
Segundo relatos dos pacientes, a prefeitura removeu as ambulâncias e, em vez disso, oferece passe de ônibus. Mas esqueceram de um detalhe: a maioria dessas pessoas é idosa, com problemas de saúde, baixa mobilidade e pouca força. Muitos relatam mal-estar, tontura e outros sintomas após o tratamento.
Isso obriga os pacientes a recorrerem a motoristas por aplicativo, como Uber e 99, resultando em custos elevados, superiores a R$ 800 mensais. Considerando que atualmente o salário mínimo de aposentadoria é em torno de R$ 1.518, sobram cerca de R$ 718 para arcar com medicamentos, água, luz e alimentação.
Infelizmente, esta não é uma situação isolada. Muitas pessoas que contribuíram para o desenvolvimento e economia da cidade hoje se veem praticamente descartadas pelo poder público. O poder público sabe cobrar impostos, mas falha em devolver serviços essenciais.
Lembramos ao prefeito de Blumenau, Egidio Ferrari, e à vice-prefeita, Maria Regina de Souza, que o povo necessita não apenas de respostas, mas de ações concretas. A ambulância é um direito do paciente, dadas as circunstâncias; contudo, o processo de solicitação é repleto de entraves burocráticos que impedem o acesso de quem realmente precisa.
Hoje, 8 de agosto de 2025, sexta-feira, um motorista de aplicativo (Uber) recusou transportar um paciente renal ao perceber que ele estava em cadeira de rodas. Infelizmente, não é o primeiro caso de desrespeito — esperamos que seja o último.
Muitos pacientes relatam situações tristes. A seguir, alguns dos depoimentos — não informaremos nomes por respeito, mas esperamos que os relatos sejam suficientes para sensibilizar o poder público e restabelecer o serviço de ambulância.
"Por favor peço encarecidamente que nós ajudem Nós pacientes renais que não temos mais como arcar com os custos pra fazer nosso tratamento renal cronico três vezes por semana. Nossas debilitantes já não nos permitem a pegar transporte público pacientes sem visão sem pés em cadeiras de rodas sem contar com o mal estar que saímos da maquina de hemodiálise por favor nos ajudem psrs o poder público nos atender com transporte adequado e gratuito."
Vale lembrar também que as calçadas na região são de péssima qualidade e sem acessibilidade, dificultando ainda mais o deslocamento.
"Meu esposo tem muita dificuldade para chegar até o ponto do ônibus fica muito longe de casa aí paramos na sete de setembro e vamos andando até A renal um mês atrás ele cai na rua muito ruim a calçada só Deus por nós vamos vencer estamos junto."
"Minha mãe precisa muito a aposentadoria dela não suprir a necessidade dela para pegar uber para fazer a hemodiálise dela."
"Atualmente o que o município oferece é passe de ônibus. Pra quem sabe como funciona o tratamento de hemodiálise, sabe que as pessoas saem tontas e com fraqueza, impossibilitando utilizar o transporte público para ir pra casa, sem contar que esses pacientes normalmente estão com imunidade baixa com risco de contrair bactérias. E por muitas vezes pessoas utilizam Uber, gastando em média 800 reais por mês, para fazer o tratamento três vezes na semana, sendo que estes pacientes não recebem nenhum tipo de ajuda, e sem contar que muitas vezes o motorista do aplicativo cancela a corrida, por medo de um paciente passar mal e ele ter que se responsabilizar em leva-lo para o hospital. Está na hora de voltar com as ambulâncias para todos os pacientes que fazem este tipo de tratamento."
Esses são apenas alguns relatos. Os pacientes aguardam resposta e providências por parte do poder público. Estamos à disposição para mais informações.
Nota: Não foram divulgados nomes dos pacientes por sigilo e respeito.