Quantos moradores de rua existem na Bahia e quais ações públicas amparam essas pessoas?

Imagem de paulaquiyahora por Pixabay

Na Bahia, ao menos 14.705 famílias vivem em situação de rua em agosto de 2025, um número que mais que triplicou desde 2020, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS)

📊 Quantos moradores de rua existem na Bahia?

Conforme levantamento do MDS compilado pelo jornal Correio 24 Horas, o número de famílias em situação de rua na Bahia saltou de 4.289 em 2020 para 14.705 núcleos em 2025. Esse aumento se deve a uma maior atualização do Cadastro Único e à vulnerabilidade social agravada pela pandemia e pelo desmonte de políticas públicas anteriores 4.

Segundo o informe técnico do Observatório da UFMG, Salvador é responsável por cerca de 8.739 pessoas em situação de rua, representando 65,13% do total estadual 5.

Perfil da população em situação de rua

  • Raça: 93,5% são negras ou pardas;
  • Idade: a maioria é adulta, entre 18 e 59 anos;
  • Motivos: ruptura de vínculos familiares (47%), desemprego (40%) e abusos de substâncias (30%) 6.

🛟 O que é feito para amparar essas pessoas?

A Bahia conta com políticas e programas estaduais e municipais para atender essa população em condição de calamidade pública:

➤ Centros POP

Serviços especializados ofertados pela Seades e municípios, com alimentação, higiene, emissão de documentos, acolhimento e encaminhamentos sociais. O governo estadual repassa R$ 500 mil/mês para manutenção dessas ações 7.

➤ Programa Corra pro Abraço

Presente em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, esse programa oferece acolhimento, apoio psicossocial e encaminhamento para serviços de saúde e emprego 8.

➤ Consultório na Rua

Serviço itinerante de saúde (enfermeiro, psicólogo, assistente social, médico) fornecido pelo SUS diretamente nas ruas e abrigos da população de rua 9.

➤ Cozinhas comunitárias

Espaços públicos que oferecem refeições gratuitas ou a baixo custo, integrando ações de segurança alimentar e inclusão social nos centros urbanos 10.

➤ Parceria com entidades filantrópicas

Instituições como Obras Sociais Irmã Dulce e organizações locais oferecem abrigo, atendimento médico, educação, alimentação e suporte integral às pessoas em vulnerabilidade social 11.

💡 Modelos internacionais: Casa Primeiro (Housing First)

Estratégia que entrega moradia estável imediatamente, sem etapas prévias, e depois oferece suporte social e saúde. Vem sendo discutida como alternativa eficaz para permanência nas ruas 12.

Conclusão

A Bahia vive uma crise crescente de população em situação de rua: são mais de 14 mil famílias expostas a vulnerabilidades extremas. Apesar de políticas públicas e programas de assistência, ainda há desafios intensos em cobertura, coordenação e financiamento. A expansão de estratégias como o Consultário na Rua, Centros POP e modelos de moradia integrada pode oferecer soluções mais duradouras.

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